Páscoa mais saudável e premium oferece nova experiência de consumo
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Para especialista em branding, corredores de ovos de chocolate menores no varejo, produtos gourmetizados e mudança geracional refletem novos hábitos de compra. Foto: Divulgação
O consumo de chocolate tem aumentado no Brasil. Só na Páscoa de 2024, o crescimento é de 17% na produção de ovos em relação ao ano passado, de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab). São 58 milhões de unidades no varejo físico e virtual de todo país, mas a percepção é de que os corredores de ovos de chocolate diminuíram nos supermercados e nos grandes varejistas. Como entender este paradoxo?
Para o especialista em branding Leonardo Koboldt Araujo, head de experiência da consultoria de marca Gad, a explicação está nas mudanças de hábito do consumidor e na pirâmide etária brasileira, que têm reflexos diretos no varejo de Páscoa.
De acordo com o especialista, em um momento de ressignificação dos aspectos relacionados à saúde, à nutrição e ao autocuidado, o consumo desenfreado e os corredores lotados de ovos de chocolate gigantes perderam sentido para uma parte dos consumidores.
Mas, por outro lado, a oferta de chocolates gourmet ou orgânicos, a produção artesanal de chocolaterias e confeitarias, e outras categorias de produto mais saudáveis com chocolate aumentaram significativamente.
"O incentivo a um consumo desenfreado, representado por corredores lotados de ovos de Páscoa, normalmente mais baratos e de baixa qualidade, foi substituído por uma noção de mais valor para os produtos presenteáveis, que assumem um novo caráter na percepção das pessoas", explica Leonardo Araujo.
A busca por saudabilidade nos produtos também está ligada a uma questão de mudança geracional e da pirâmide etária brasileira. Com o envelhecimento populacional, 26% dos brasileiros têm mais de 50 anos e os idosos são uma parcela representativa dos consumidores que estão mais focados em saúde. Já para as crianças, brinquedos e brindes são os grandes atrativos dos ovos de chocolate.
"Os insights para os varejistas para esta época de Páscoa poderiam ser focados em apresentar, de fato, os benefícios do chocolate, que são muitos. Vem crescendo no mundo inteiro o consumo do chocolate de uma forma mais saudável, com seu uso mais adequado à saúde das pessoas e com menos gordura. Esta mudança de percepção e comportamento dos consumidores levou a essa nova experiência para a Páscoa. Uma experiência um pouco mais saudável e com foco maior no valor do presente, do que no volume", diz o head de experiência do Gad.
Os novos hábitos, porém, não afetam o setor, que além de produzir mais, também deve alcançar um recorde de receita nas vendas da Páscoa deste ano, chegando a R$ 3,44 bilhões, o que representaria um crescimento de 4,5% em relação à mesma data do ano passado, já descontada a inflação no período, prevê a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Se confirmado, o resultado significará o quarto ano seguido de crescimento, o maior patamar da série histórica da pesquisa, iniciada em 2005.
Partner e head de experiência do Gad há 27 anos, Leonardo Koboldt Araujo atua na construção dos ambientes e experiências das marcas, suas linguagens e atmosferas. Especialista nas disciplinas de arquitetura comercial e corporativa, e em sistemas de sinalização e soluções de visual merchandising e experience design há mais de 35 anos, o executivo coordenou importantes e premiados projetos nacionais e internacionais em variados segmentos corporativos e de varejo, dirigindo e liderando centenas de projetos para empresas como Gerdau, Claro, Petrobras, Vivo, CPFL, Oi, Ipiranga, entre outras. Conquistou mais de 200 prêmios nacionais e internacionais, como no New York Festival, London International Awards, IF Design e Cannes Lions.
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