Confira
Apenas 8% dos negros no Brasil ocupam cargos de liderança, aponta Indique uma Preta e Cloo
- Gerar link
- Outros aplicativos
Estudo analisa a jornada de profissionais negros até posições de comando
A Indique uma Preta, consultoria especializada em Diversidade & Inclusão que conecta a comunidade negra ao mercado de trabalho, e a Cloo, empresa de investigação e consultoria comportamental com atividades em Portugal e no Brasil, anunciam o lançamento da pesquisa "Lideranças em construção: por que a trajetória de profissionais negros é tão solitária?", feita com o objetivo de investigar e promover o debate sobre a trajetória de profissionais negros até cargos de influência. Fatores como O estudo ouviu mais de duas mil pessoas de diferentes raças e localidades do Brasil, e alcançou dados que revelam uma indesejada realidade no mercado de trabalho nacional.
Segundo a pesquisa, apenas 8% dos entrevistados autodeclarados pretos e pardos estão em posição de liderança no lugar em que trabalham. Essas pessoas também possuem menores graus de ensino e fluência no inglês, por exemplo, e apresentam um cenário de sofrimento e insegurança psicológica, devido à ausência de oportunidades de crescimento dentro das empresas.
Uma das hipóteses que serviu como guia para as consultorias foi sobre o prejuízo causado pela desigualdade social, para pessoas e negócios. "A falta de políticas de governança para inclusão de pessoas negras pode resultar em um time desgastado, equipes instáveis e alta rotatividade, o que, por sua vez, gera custos no encerramento de contratos e condução de novos processos seletivos. As empresas também perdem com a falta de diversidade", afirma Amanda Abreu, sócia Cofundadora da Indique Uma Preta. Estruturas de exclusão vão da educação básica à entrada no mercado de trabalho A pesquisa da Indique e Cloo apresentou um amplo panorama de pilares sociais que definem a exclusão de pessoas negras e se perpetuam para dificultar a conquista de cargos de liderança no mercado de trabalho. A educação, fator decisivo para contratação, apresenta uma falha estrutural para profissionais negros.
De acordo com a Indique e Cloo, a taxa de analfabetismo de pessoas pretas ou pardas de 15 anos ou mais é de 9,1%, enquanto o mesmo indicador é de 3,9% na população branca. É notável a baixa participação de pessoas negras em todos os níveis de formação, gerando ainda mais dificuldades para que esse público se mantenha no ambiente estudantil e conclua sua jornada de educação.
O acesso à universidade melhorou depois da Lei de Cotas, de 2012, com aumento de 205% no ingresso da população negra em cursos superiores. Mas, ainda assim, a pesquisa aponta que apenas 21,1% dos respondentes pretos completaram um nível de graduação. O domínio do inglês também aparece como fora do alcance para muitos, apesar de ser considerado uma habilidade essencial no mundo globalizado. A pesquisa indica que apenas 7% de todos os respondentes indicaram ser fluentes em inglês.
"É importante dizer que dos 7% que afirmaram ter fluência na língua inglesa, 3% são pessoas negras e 4% são brancas. Com isso, entendemos que as pessoas negras acabam sendo testadas de maneira desproporcional em relação às pessoas brancas, mesmo possuindo o mesmo nível de qualificação. O mercado de trabalho ainda possui pouca clareza sobre quais funções necessitam de fluência em inglês para cargos que, não necessariamente, precisam se comunicar em outras línguas.", acrescenta Amanda.
Todos esses fatores se refletem na jornada do abandono vivenciada no ambiente profissional – a falta de sensibilização das lideranças para diversidade e inclusão, atitude que é vista de maneira diferente dependendo da raça: enquanto pessoas brancas veem um maior engajamento de seus líderes com essa temática, pessoas negras têm uma percepção menos positiva. Isso é particularmente evidente entre as mulheres negras, que expressam maior discordância.
Mudando a realidade do mercado A desigualdade racial no Brasil começa do topo, quando os dados confirmam que menos de 5% das lideranças das 500 maiores empresas do País são negras. As consultorias Indique e Cloo propõe uma reflexão ao mercado, de como fazer a diferença na trajetória profissional de uma pessoa negra.
Alguns princípios que podem fazer a diferença no desenvolvimento de carreira de profissionais negros são:
As consultorias ainda trazem sugestões de uma série de ações institucionais antirracistas, capazes de tornar as empresas mais ativas na promoção de novos talentos e para que obtenham melhores lucros, devido a mais eficiência em um ambiente diverso.
A pesquisa completa está disponível neste link.
INSTAGRAM: www.instagram.com/oblogueirooficial PINTEREST: www.br.pinterest.com/oblogueirooficial FACEBOOK: www.facebook.com/siteoblogueiro CLIQUE AQUI E INSCREVA-SE NO CANAL "O BLOGUEIRO OFICIAL" DO YOUTUBE ! |