Diagnósticos realizados pela Agência para a NIB apresentam gargalos, pontos fortes e mecanismos para impulsionar os três setores. Imagem: Divulgação
A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) segue trabalhando para a execução da Nova Indústria Brasil (NIB). Nesta segunda-feira, 1, os grupos de trabalho da Agência responsáveis pela elaboração de metas e de indicadores de monitoramento apresentaram relatórios de três cadeias produtivas contempladas pela nova política industrial. São elas: máquinas agrícolas, robôs industriais e energias renováveis.
Os relatórios apresentam as forças e fraquezas de cada cadeia produtiva e como os nichos lidam com vantagens, gargalos e desafios. As informações foram encaminhadas ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e se juntaram a dados equivalentes de outros segmentos produtivos elaborados por diferentes setores do governo.
"A ABDI participa desse mapeamento junto ao MDIC de forma exitosa, encontrando gargalos, identificando pontos fortes para a indústria nacional e mecanismos para impulsionar os três setores. É um diagnóstico extremamente importante para o desenvolvimento da NIB", explicou o presidente da ABDI, Ricardo Cappelli.
De acordo com Cappelli, esse mapeamento detalhado "nos tira de metas genéricas e aspiracionais", pontuou. "Entramos de fato na definição de metas para cada nicho. Identificamos, por exemplo, que as empresas nacionais são minoria dentro dessas cadeias produtivas, que são dominadas por empresas estrangeiras. Vamos auxiliar a indústria nacional a sair desse cenário", argumentou o presidente.
|
Conteúdo local O gerente da Unidade de Fomento às Estratégias ASG (Ambiental, Social e Governança) da Agência, Rogério Araújo, responsável pelo mapeamento de máquinas e equipamentos agrícolas, apresentou a seguinte perspectiva para o setor:
"O mapeamento indica, a princípio, que é preciso considerar os seguintes pontos: o adensamento da cadeia produtiva, a promoção da oferta de máquinas e equipamentos agrícolas adaptados à realidade da agricultura familiar, a ampliação do crédito com foco na promoção do conteúdo local, a disponibilização de linhas de financiamento com maior amplitude de equipamentos destinados à agricultura familiar e a atração de investimento produtivo para as regiões Norte e Nordeste", enumerou.
Dentro da cadeia produtiva de energias renováveis, a ABDI ficou responsável por mapear dois nichos: energia fotovoltaica e eólica.
"Aproveitando o abundante potencial brasileiro para a geração de energias renováveis, os documentos vão além do mapeamento estático dos dois nichos", explicou o gerente de Nova Economia e Indústria Verde, Marcelo Gavião. "Eles apontam caminhos que indicam a necessidade de constituição de uma política integrada para a transição energética, com o fomento à demanda, o uso do poder de compras para o fortalecimento da indústria nacional e a reestruturação do sistema de geração e distribuição de energia", enfatizou.
Responsável pelo levantamento da cadeia de robôs industriais, o gerente de Difusão de Tecnologias da Agência, Bruno Jorge, afirma que a robótica é tendência no Brasil para a transformação digital da indústria.
"O mais importante nesse mapeamento é entender o papel das empresas de engenharia no processo. Na cadeia de valor da robótica, as empresas de engenharia, a integração de sistemas e a junção de tecnologias, como a inteligência artificial, vão impactar bastante o futuro e o desenvolvimento disso. E o Brasil precisa acelerar esse processo", pontuou.
|