Tendências: China deve investir mais de US$ 40 bi em Inteligência Artificial até 2030 e movimento vai impactar o Brasil

Após viagem ao país do oriente, CMO da Cuponeria Loyalty aponta 5 inovações no mercado de tecnologia que já existem na China e que devem bombar por aqui nos próximos anos. Foto: Divulgação

Projetando uma soberania mundial na nova aposta do mundo tech, as empresas chinesas como Alibaba, Tencent, BYD, GWM, Baidu, Huawei e ByteDance, vão investir, juntas, mais de US$ 40 bilhões ao ano em IA (Inteligência Artificial) até 2030, colocando o país em destaque em uma das tecnologias mais promissoras para a humanidade. Toda essa movimentação já inspirou o mundo todo e também empresas no Brasil.

Nara Iachan, CMO e cofundadora da Cuponeria Loyalty, startup que ajuda empresas a fidelizar clientes e que já foi investida pelo Google, Bradesco e ACE, esteve em viagem ao país para conhecer novidades do mercado chinês, afirma que "A China colocou há anos os avanços tecnológicos como pauta no cotidiano da população e das decisões das grandes corporações, então é notório o sentimento de que os líderes já estão educados digitalmente. Atualmente os chineses ditam quais serão as novidades que o mundo todo vai ver nos próximos anos".

Diante disso, a CMO aponta as principais novidades no mercado de tecnologia inspiradas na China e que podem ser aceleradas por aqui nos próximos anos:

Foco na Experiência do Cliente

As empresas chinesas estão cada vez mais conscientes da importância de proporcionar uma experiência excepcional ao cliente para promover a fidelidade. Isso inclui oferecer serviços personalizados, atendimento ao cliente de alta qualidade e experiências de compra sem atrito.

Integração com Pagamentos Digitais

Com o rápido crescimento dos pagamentos digitais na China, os programas de fidelidade, solução criada com premiações, cupons e cashbacks exclusivos, para estimular ações específicas, além de gerar ou atualizar cadastros, engajar a base, conhecer melhor o consumidor/usuário, estão se integrando cada vez mais com essas plataformas. Isso permite que os consumidores acumulem pontos de fidelidade automaticamente ao fazer compras usando aplicativos de pagamento, como Alipay e WeChat Pay.

IA Preditiva como aliada no processo de fidelização do cliente

A Inteligência Preditiva, capacidade de uma IA usar análise estatística para identificar padrões, antecipar comportamentos e prever eventos futuros, vai ser cada vez mais empregada na personalização de ofertas e experiências de fidelidade do cliente, baseando-se no comportamento individual de cada pessoa. Além disso, essa tecnologia já usada na China está se consolidando como ferramenta essencial para as empresas manterem seus clientes. Algoritmos avançados analisam dados de interações passadas, preferências e padrões de compra para oferecer promoções altamente personalizadas aos consumidores e também permitindo que as empresas ofereçam recompensas personalizadas antes mesmo que sejam explicitamente solicitadas.

Gamificação

A gamificação também está ganhando impulso como forma de envolver e entreter os compradores da China. De acordo com o Alizila, portal de notícias do Alibaba, em 2023 foram identificados diversos tipos de caça ao tesouro, uma forma de bonificar os consumidores de forma mais divertida em diferentes setores.

"A gamificação será uma das principais tendências que vi na China e que podem ser incorporadas nas empresas brasileiras, uma vez que, recompensas tangíveis, o reconhecimento e a expressão de gratidão estão ganhando cada vez mais importância para manter o engajamento dos clientes por aqui. Pontuações, desafios e retribuições instantâneas criarão uma atmosfera lúdica para aumentar o engajamento e participação do público alvo, algo que já vem sendo aplicado no mercado brasileiro. As empresas que incorporarem esses elementos de jogos em seus programas de fidelidade para tornar a experiência mais envolvente e divertida, vão ter muito sucesso na fidelização de seus clientes", aponta Iachan.

Chatbot de IA

Nara Iachan reflete que o ponto chave de sucesso do chatbot é a humanização e não o processo contrário. "O chatbot permite que a empresa que o usa consiga atender o seu cliente 24 horas todos os dias, mas ninguém quer ser atendido por um robô. Ele precisa ser muito bem feito, por uma empresa especializada, que consiga personalizar de ponta a ponta as necessidades dos consumidores. Isso torna o atendimento mais próximo, o que faz total diferença na aderência nesse tipo de tecnologia."

A executiva pontua que o Brasil já está atento a essas mudanças no setor de tecnologia, principalmente no mercado de fidelização de clientes, que só em 2023 contava com mais de 21 milhões de assinantes e 194 milhões de cadastros em programas de benefícios e o número não pára de crescer. segundo dados De da Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Fidelização. "Essas tendências da China vão acelerar as estratégias que já usamos por aqui, temos uma atenção bem grande para o relacionamento com o cliente e ter tecnologias que impulsionam isso, só nos trás benefícios", finaliza a CMO.