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CULTURA: Instituto Vladimir Herzog celebra 15 anos com exposição sobre a luta em defesa da democracia no Brasil
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Mostra ocupa a Cinemateca de São Paulo entre 2 e 22 de julho e traça um panorama histórico da resistência democrática por meio de documentos históricos e expressões culturais. Foto: Divulgação
A Cinemateca de São Paulo será palco no mês de julho da exposição "Sobre Nós – 60 anos de resistência democrática no Brasil", organizada pelo Instituto Vladimir Herzog. A mostra celebra os 15 anos de atuação da entidade contando a trajetória da luta por justiça e democracia no País, de 1964 aos dias atuais. A exposição conduzirá os visitantes a uma viagem pela história recente do Brasil, passando pelas jornadas de junho de 2013, a Comissão Nacional da Verdade e suas recomendações, a ocupação de escolas por alunos secundaristas em 2015, destacando também a coragem e a resiliência daqueles que resistiram ao regime militar e defenderam os direitos civis nos últimos 60 anos. Entre os destaques estão periódicos da imprensa de resistência ao regime militar, documentos que ilustram o enfrentamento de jornalistas e artistas à censura e manifestações artísticas e culturais na defesa dos direitos civis. Serão expostas bandeiras de movimentos sociais, trecho de obras videográficas, como a do diretor Eduardo Escorel, que exibe o cortejo e morte do secundarista Edson Luís, um símbolo da truculência militar no ano de 1968. Com espaço especial dedicado ao cinema, a exposição exibirá de 11 a 14 de julho, a mostra "É preciso estar atento", com quatro filmes que dialogam diretamente com as histórias contadas pelas obras. Serão exibidos 3 filmes documentários e 1 filme de ficção que abordam temas de resistência, como "Domingo no Golpe", de Gisele Beiguelman e Lucas Bambozzi, sobre os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, "Torre das Donzelas", de Susanna Lira sobre mulheres prisioneiras políticas na ditadura militar, "Memória Sufocada", longa metragem dirigido por Gabriel Di Giacomo e "Espero tua (Re)Volta", de Eliza Capai. As sessões serão seguidas de debate com presença dos diretores dos filmes e especialistas convidados. A escolha da Cinemateca para abrigar a exposição não foi casual. Além de ser um símbolo da preservação da memória cultural e cinematográfica do País, a Cinemateca possui uma forte ligação com a história do Instituto Vladimir Herzog. Foi ali que, há 15 anos, foi realizado o evento de fundação da entidade. Herzog já havia se aproximado da Cinemateca, no início da década de 1960, onde colaborou com figuras como Rudá de Andrade, Paulo Emílio Salles Gomes e Jean-Claude Bernardet, contribuindo para a difusão cinematográfica por meio de cineclubes, mostras e cursos. Em 1963, ao lado de Maurice Capovilla, participou de um estágio no Instituto de Cinematografia da Universidad del Litoral, na Argentina, onde produziu seu documentário "Marimbás". Esse período fortaleceu suas conexões com a Cinemateca e o cinema. "A celebração dos 15 anos do Instituto Vladimir Herzog reafirma nosso compromisso com a defesa dos valores democráticos e dos direitos humanos", diz Rogério Sotilli, diretor do Instituto Vladimir Herzog. "Desde a fundação, O IVH é considerado um farol na luta contra a violência, a desinformação e o esquecimento, dedicando esforços à educação em direitos humanos, à defesa da liberdade de expressão e em prol da memória brasileira, sobretudo dentro deste contexto recente que ainda carrega o legado nefasto do autoritarismo". A exposição é patrocinada pelo Itaú, através da Lei de Incentivo à Cultura, com realização do Ministério da Cultura e do Governo Federal e apoio institucional da OAK Foundation.
Serviço: Onde: Cinemateca Brasileiras (Largo Sen. Raul Cardoso, 207 - Vila Clementino, São Paulo) Quando: de 02 a 22 de julho - das 10h às 18h |