Movimento: Com a união entre a tecnologia e o feito à mão, a coleção desafiou a percepção do espectador ao mesclar o real e o irreal
Mayari Jubini, criadora da Artemisi – marca reconhecida por sua abordagem inovadora e visionária no universo da alta moda – apresentou ontem sua mais nova coleção Into the High no São Paulo Fashion Week. A coleção propôs uma fusão entre tecnologia e o feito à mão, desafiando os limites da percepção visual e explorando o conceito de movimento através do vestuário.
|  Veigh para Artemisi. Imagem: @johnnymoraesph |
O cinetismo, expressão artística moderna que surgiu na década de 50 e que promove o movimento ou a ideia dele, é um dos pontos de partida para a coleção, onde as peças romperam com o caráter 2D e estático. Com formas tridimensionais, pinturas hiper-realistas e manualidades que desafiam o olhar do espectador, as peças são verdadeiras obras de arte que unem o manual ao tecnológico.
Criando uma estética sensorial que torna cada look uma experiência imersiva, o real e o irreal se fundem, onde a percepção da realidade é relativa e interativa. Sob influência do cinema esculpido onde cada cena é um quadro, como o de Andrei Tarkovsky, cada look possui o fragmento de uma ação, cada peça é um frame eternizado no tempo.
"Um dos nossos objetivos em Into the High é provocar o olhar do espectador ao apresentar peças com efeitos que instigam o olhar. É uma série de tecnicidades e materiais, com um longo processo de execução e pesquisa para atingir esse nível de complexidade e demonstrar como não limitamos a peça a nada. É o nosso High Fashion", conta a estilista e criadora da Artemisi, Mayari Jubini.
Uma das combinações mais esperadas e que fez jus ao conceito de movimento da coleção é o look motorizado, que trouxe o real à tona e reforçou o conceito de cinetismo que permeia a narrativa de Into the High. De forma estática a peça traz formas da coleção, e quando o motor é acionado os designs interagem entre si formando novos efeitos.
|  Imagem: @johnnymoraesph |
Na paleta de cores, os tons dominantes foram preto, vermelho, marrom, prata, azul, cinza e rosa. Em sua segunda coleção de passarela, Artemisi trouxe 26 looks com elementos extraordinários, com destaque para o uso da impressão 3D com fundição em resina e peças adornadas com mais de 70 mil cristais aplicados manualmente. Também foram apresentados vestidos com placas e tiras de couro, cuidadosamente cortadas e costuradas uma a uma, flores montadas manualmente, além de looks com pinturas hiper-realistas, que simulam efeitos visuais como o molhado e o quebrado.
A ideia de movimento surge não só pela estética, mas também pelo conceito. A exploração do novo exige estar fora da zona de conforto e esse dinamismo permeia todo o processo da Artemisi.
De forma inovadora, Mayari Jubini apresenou acessórios de cabeça icônicos e únicos nesta coleção, além de chapéus com detalhes presentes nos looks.
FICHA TÉCNICA - DESFILE
Direção criativa: Mayari Jubini ( mayarijubini) Styling: Daniel Ueda ( danielueda1) Beauty & Hair: Branca Moura (brancamoura_) Trilha Sonora: Max Blum ( maxblum) Direção do desfile: Augusto Mariotti ( augustomariotti) Produção Executiva: Luiz Costa ( luizhenricosta) Patrocínio: Adidas
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