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BELEZA: Cirurgião plástico aponta os principais motivos para o aumento das refações em procedimentos na face
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Popularização de procedimentos faciais aumenta o número de insatisfações e refações
O recente caso do cantor Marrone sobre o arrependimento da plástica realizada na face e a refação do procedimento específico nos olhos tem gerado debates entre cirurgiões plásticos sobre as expectativas dos pacientes. Marrone ganhou os holofotes por modificar aspectos que incomodavam em sua aparência por meio de otoplastia, lipoaspiração na papada, preenchimento labial, blefaroplastias e lifting facial.
Segundo o cirurgião plástico, Yuri Moresco, Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), esse aumento se deve a uma fraca relação médico x paciente, gerando reclamações dos pacientes no pós-operatório, "o alinhamento das expectativas com a cirurgia e a confiança entre médico e paciente estão entre os principais pontos a serem considerados para a realização dos procedimentos. Existe um tempo de recuperação que geralmente varia entre um e dois meses. Faz parte do papel do médico acompanhar e explicar todas as questões envolvidas", diz Moresco.
De acordo com dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), foram realizadas 451.546 plásticas na face em 2020 e, em 2021, esse número aumentou para 483.800, em meio a pandemia, sendo as plásticas faciais os únicos procedimentos cirúrgicos estéticos que cresceram no período. Além disso, o Brasil figura em segundo lugar no ranking de cirurgias plásticas. A popularização dos procedimentos, assim como a ampliação de atuação de profissionais de outras áreas, tem aumentado o número de refações. "Entre os principais motivos que levam à necessidade de refação de procedimentos estéticos na face, destaca-se a falta de habilidade do profissional responsável pelo procedimento. Muitos indivíduos, médicos e não médicos, realizam esses procedimentos sem ter a qualificação necessária, o que pode resultar em intercorrências que precisam ser corrigidas posteriormente", revela o cirurgião plástico.
Mas segundo ele não é só isso. "Os procedimentos estéticos não invasivos estão cada vez mais populares e são realizados com a promessa de postergar abordagens cirúrgicas. Contudo, acabam criando uma expectativa não atendida nos pacientes que, posteriormente, vão buscar mais efetividade por meio das cirurgias na face, porém, por vezes, já chegam com sequelas destes outros procedimentos", complementa.
Tecnologia permite que paciente visualize o resultado final da cirurgia plástica
Se antes os pacientes se baseavam nas fotos de revistas como referências estéticas, atualmente os filtros das redes sociais e APP's são os norteadores para as mudanças. "Eles acabam criando a necessidade de mudança até mesmo em quem não tinha a cirurgia plástica no radar. Isso aquece ainda mais a procura, contudo é ainda mais desafiador explicar sobre as fotos manipuladas", argumenta Yuri Moresco.
Para atender esse comportamento que é cada vez mais recorrente, Moresco adotou em sua clínica uma tecnologia lançada em 2023. Trata-se de uma câmera que, por meio da inteligência artificial, detecta e classifica de forma automática de conjuntos de imagens, cria uma fotografia estética em 3D que mostra ao paciente a simulação do real resultado após a cirurgia. "Claro que não estamos falando de uma ciência exata e inúmeros fatores podem interferir no resultado final. Contudo, por meio da tecnologia direcionada para o mercado de cirurgia plástica, o paciente em consultório consegue visualizar 90% de como seu rosto ficará. Assim, é possível prever o nível de satisfação antes mesmo do procedimento, assim como explicar que a cirurgia plástica mais efetiva é aquela que aperfeiçoa a face de forma natural. O elixir da juventude está ligado a naturalidade e não às expressões artificiais", finaliza.