Com o avanço da tecnologia e dos serviços digitais diversos ao longo dos anos, especialmente após a pandemia, o perfil dos consumidores que lançam mão de produtos, experiências e itens pela internet também mudou. O que era mais comum entre os mais jovens, hoje atinge um público de mais idade, que entendeu que a facilidade e a comodidade de compra e acesso a consultas sem sair de casa acabam se sobrepondo a quaisquer outras questões, e que é, sim, possível contar com produto e atendimento de qualidade, ainda que de forma remota, e que podem pagar menos por isso.
Após a fase de isolamento social causado pela pandemia, isso se estendeu à área da saúde, com a regulamentação da telemedicina – concluída no ano passado – e os diferentes serviços que hoje podem ser realizados via computador ou smartphone. É o caso dos óculos de grau para correção de erros refrativos. Atualmente, é possível adquirir o item com lentes e armações adequadas, e até mesmo testá-los antes de comprá-los. Sílvio Moraes, morador de Leme, município localizado no interior de São Paulo, tem 64 anos e, recentemente, descobriu a novidade: "me surpreendi muito, tanto com o atendimento da empresa, como com a qualidade das lentes dos óculos que adquiri pela internet. Dou nota 10 em tudo", comemora. Posteriormente, ele foi a uma loja física para comprar um novo item, mas não ficou satisfeito com a qualidade e o preço do produto. "Bem mais caro!", disse.
Ele é um dos que lançaram mão da jornada 100% digital para a compra do item, desenvolvida e oferecida no Brasil pela healthtech Lenscope, que utiliza a inteligência artificial para redesenhar o processo de compra e adaptação das lentes, sem que o consumidor precise sair de casa e, ainda, oferece produtos com valores que podem chegar a ser 40% a 70% menores do que os praticados nas óticas tradicionais.
O método adotado pela startup permite que os clientes realizem a compra das lentes, de acordo com o grau e as especificações necessárias, diretamente no site da marca, que também dá a opção da retirada da armação na casa do consumidor, caso ele queira reutilizar o acessório que já possui ou já tenha comprado suas armações. Também é possível adquirir uma armação nova diretamente no site da empresa, sem a preocupação de que possa não ficar bom no rosto. Isso porque, no próprio website, é disponibilizada a ferramenta Formato de Rosto, que auxilia o consumidor na escolha do melhor item, graças ao uso de tecnologias como Inteligência Artificial e machine learning, que auxiliam o usuário de forma precisa e assertiva.
"Assim como existem opções de armações para óculos de diversas formas, cores e tamanhos, também há formatos de rostos diferentes entre si. Foi pensando nisso que decidimos, por meio da tecnologia, desenvolver uma ferramenta que auxiliasse o consumidor na escolha do produto mais adequado, tanto no que diz respeito à harmonia do item com os traços do rosto, como também em termos de conforto e bem-estar", afirma Makoto Ikegame, CEO e fundador da Lenscope – que, após esse processo de medição, monta o par de óculos de acordo com os dados da receita médica e envia o produto pronto ao endereço do cliente.
De acordo com a Associação Brasileira do Comércio Eletrônico (ABComm), somente em 2022, as vendas totais registradas no e-commerce brasileiro chegaram a cerca de 170 bilhões de reais – um crescimento de 5% em comparação ao ano anterior. Houve cerca de 368,7 milhões de pedidos, com um ticket médio de 460 reais por cliente. As compras online continuam a crescer e, atualmente, representam mais de 10% de todo o segmento do varejo nacional, de acordo com a associação.
Outro dado que chama a atenção é o aumento do uso de dispositivos digitais no país. Computadores, notebooks, tablets e smartphones, em conjunto, já ultrapassam a marca de 447 milhões de unidades.
"O consumidor digital também está se tornando cada vez mais exigente e criterioso, buscando facilidades e comodidades que um ambiente online oferece, mas também exigindo uma navegação de qualidade, intuitiva e uma quantidade maior de informações possíveis sobre o que está sendo comprado", explica o executivo.
Segundo Ikegame, é preciso usar a tecnologia para transformar serviços já existentes em algo melhor, trazendo a digitalização aos segmentos ainda precários nessa área: "é o caso da Lenscope, que trouxe a digitalização ao setor óptico, conhecido pela alta concentração em poucos players e com digitalização inferior a 2%", finaliza.
Por @oblogueirooficial
