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Ao CNN Entrevistas, Simone Tebet, fala sobre misoginia no poder
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Para ministra,'Banco Central demorou a começar a baixar taxa de juros'; edição vai ao ar neste fim de semana
A ministra Simone Tebet fala a Gustavo Uribe e Daniel Rittner em Brasília. Crédito: Divulgação CNN
Ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB-MS) é a convidada desta semana do CNN Entrevistas. Na conversa com os jornalistas Daniel Rittner e Gustavo Uribe, gravada nos estúdios da CNN em Brasília, ela contesta o piso de 9% para a taxa da Selic. Tebet fala ainda sobre a misoginia no poder e a queda de popularidade do governo Lula.
O "CNN Entrevistas" será exibido neste sábado (30/03), às 18h30, em todas as plataformas da CNN Brasil. Embora seja favorável à autonomia do Banco Central, a ministra avalia que o BC "demorou a começar a baixar a taxa de juros", observando que o patamar de 9% não se justifica. "[Esse] Só pode ser o piso se nós, a partir do segundo semestre, começarmos a dar outros sinais que não os sinais que estamos dando. Porque o Banco Central não está analisando os preços dos alimentos apenas. O BC está de olho na política fiscal do governo", diz. E a premissa do governo para controlar a dívida pública do país diante do PIB, continua, é "não gastar mais do que se tem". "Se a taxa de juros continua caindo lentamente, eu continuo tendo uma taxa de juros real mais alta do mundo", argumenta. A ministra não se esquivou de comentar sobre o cenário machista que domina o ambiente do poder, lembrando do chamado "fogo amigo" destacado recentemente por Nísia Trindade, titular da pasta de Saúde no Governo Lula. E salientou: "Já sofri muita violência política". "Não duvido que haja misoginia."
Sobre a queda na popularidade de Lula, acredita que o problema está em comunicar melhor ao público o que tem sido feito. "Não estamos sabendo nos comunicar". Mas pondera que, a respeito da polarização entre Lula e Bolsonaro, isso já esteja "começando a cansar o país". Tebet se disse novamente contra a reeleição. "Um dos grandes cânceres e males é não só a reeleição, é como um mandato de quatro anos é um mandato curto. Então, você ganha o primeiro ano, no segundo ano você trabalha, o terceiro ano você está pensando na eleição. O Brasil não vai para frente dessa forma."
Se Jair Bolsonaro não tivesse chance de ser candidato à reeleição, exemplifica, "nós não teríamos todo esse processo, nós teríamos uma eleição totalmente diferente, talvez até sem uma tentativa de golpe", avalia. E completa: "Um mandato de cinco anos, sem reeleição, está de bom tamanho".
Quando questionada sobre a possibilidade de se candidatar à presidência da República em 2026, a ministra desconversa: "Estou cumprindo a minha missão".
E ao responder sobre a interferência do governo na indicação para empresas como Petrobras, Eletrobras e Vale, Tebet defende que Lula possa ter os "amigos do seu lado". "Se o presidente aponta um determinado caminho e há uma reação da classe política, o pensamento político dele precisa ser respeitado", diz.
"A partir do momento que o presidente vê na figura de [Guido] Mantega um parceiro, colocar ao seu lado é um direito do presidente. Uma vez vendo que o estatuto da estatal não permite, [ele] parou de insistir. Isso é política. Não vejo problema. Isso é a capacidade de o presidente ver os amigos ao seu lado."
SERVIÇO CNN Entrevistas Sábado, 30 de março, às 18h30, na CNN Brasil
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