NEGÓCIOS: Geração Z no mercado de trabalho, como empresas estão adaptando tecnologia e comunicação
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Por Fabio Maeda* Foto: Divulgação
Não é de hoje que a entrada da Geração Z no mercado de trabalho tem provocado debates e mudanças importantes na forma como as empresas desenvolvem seus produtos e se comunicam com seus públicos. Nascidos entre meados dos anos 1990 e 2010, esses jovens cresceram em um mundo totalmente digitalizado, onde a fluidez da experiência de usuário é uma expectativa básica - não mais um diferencial. Essa realidade tem exigido das companhias uma revisão profunda em suas estratégicas de cultura, comunicação e nos recursos tecnológicos oferecidos. É perceptível que, diferente das gerações anteriores, a Geração Z está acostumada com aplicativos que respondem em tempo real, interfaces intuitivas e soluções acessíveis na palma da mão. Isso significa que as plataformas de serviços precisam estar preparadas para entregar experiências ágeis, simples e eficazes, eliminando qualquer tipo de atrito no processo. A usabilidade passa a ser tão importante quanto a própria funcionalidade do produto. Esse público valoriza a autonomia e tem como forte característica o anseio de querer resolver tudo sozinho, de forma rápida. Por isso, ferramentas como chatbots com inteligência artificial, busca inteligente e integração com aplicativos de mensagens instantâneas como o WhatsApp começam a se tornar parte essencial da estratégia de produto das empresas que buscam atingi-los. A falta disso, sem dúvidas, corre o risco de serem irrelevantes para essa geração. Outro ponto que acredito ser central neste processo é a comunicação. A Geração Z consome conteúdo de maneira diferente, sendo mais visual, mais objetiva e em formatos dinâmicos, como vídeos curtos e carrosséis interativos. As campanhas tradicionais, que dependem de longos textos explicativos ou jornadas complexas de conversão, perdem a eficácia diante de um público que decide em poucos segundos se quer ou não engajar com aquela mensagem. Costumo pontuar constantemente que adaptar a linguagem, o canal e o formato da comunicação, hoje, é indispensável. De acordo com uma pesquisa interna, os jovens utilizam 37% mais as redes sociais na busca por emprego do que outras faixas etárias e consomem 34% mais conteúdos sobre mercado de trabalho nessas navegações, reforçando a necessidade de adaptar a comunicação aos canais mais acessados. Junto a isso, a personalização também ganha protagonismo. Jovens da Geração Z esperam que as marcas entendam suas preferências e ofereçam sugestões baseadas no seu comportamento de navegação. Ferramentas de recomendação, segmentação baseada em dados e automações inteligentes surgem como soluções cruciais para criar experiências realmente relevantes e engajadoras. Não basta falar com todo mundo, é preciso falar com cada um. Mais um fator que não podemos deixar de lado é a coerência entre discurso e prática. Uma marca que se posiciona como inovadora, mas oferece uma experiência ultrapassada, perde rapidamente a credibilidade. Isso vale para a comunicação institucional, para as campanhas publicitárias e, principalmente, para os produtos e serviços ofertados. As empresas que já entenderam esse novo cenário estão colhendo resultados. Por isso, é importante investir continuamente em pesquisas com o público jovem para guiar o desenvolvimento de funcionalidades que atendam às suas expectativas, bem como evoluir a comunicação com conteúdos mais leves, objetivos e distribuídos em plataformas nativas para esse perfil de profissional, como TikTok, Instagram e podcasts. O fato é que falar com a Geração Z no mercado de trabalho é, antes de tudo, entender profundamente seu comportamento digital e adaptar seus processos para atender às características desse público, pensando sempre em agilidade, autenticidade e experiência. As marcas que conseguirem acompanhar esse ritmo certamente receberão atenção e mais preferência dessa nova geração de talentos.
*Fabio Maeda é diretor de vendas B2C, marketing e produtos da Catho, plataforma gratuita de empregos |