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Disgeusia e xerostomia podem ser sintomas causados pelo tratamento da doença e pode ser atenuada com alimentos ricos no quinto gosto
Créditos: Shutterstock
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS)1, uma a cada cinco pessoas em todo o mundo é diagnosticada com algum tipo de câncer anualmente. Neste 4 de fevereiro, quando se celebra o Dia Mundial de Combate ao Câncer, muitos pacientes estão envolvidos em tratamentos em busca da cura ou para o alívio dos sintomas da doença.
Entre os efeitos colaterais que acontecem durante aplicações de quimioterapia ou radioterapia para tratamentos contra o câncer, encontram-se os sintomas de disgeusia (perda ou redução do paladar) e xerostomia (percepção de boca seca)Segundo a doutora em ciência de alimentos e consultora do Comitê Umami, Hellen Maluly, estudos com diferentes pacientes demonstram que as terapias podem atuar contra células cancerígenas, porém também afetam nas células gustativas e olfativas, alterando-as ou destruindo-as.
"Os primeiros relatos são a perda da sensibilidade aos gostos, principalmente ao doce, sensação de amargor e metalização na boca, além da percepção de boca seca", explica a especialista. Essas percepções acabam fazendo com que o indivíduo reduza o consumo alimentos, e isto faz com que possam surgir alterações nutricionais e que trazem impactos diretos na qualidade de vida do paciente.
COMO O UMAMI PODE CONTRIBUIR
O umami é o quinto gosto do paladar humano, ao lado do doce, salgado, azedo e amargo. Ele é caracterizado principalmente pelo aminoácido glutamato, encontrado naturalmente em alimentos como tomate, queijo parmesão, milho, ervilha, peixes, cogumelos, entre outros. O glutamato monossódico (MSG) é um realçador de sabor produzido de forma industrializada que confere o gosto umami e é seguro para o consumo humano.
Recentemente, foram feitas pesquisas no Brasil e no exterior que demonstraram que o umami pode ajudar a atenuar os efeitos da disgeusia e xerostomia. Um estudo2 para verificar a sensibilidade ao quinto gosto contou com a participação de um grupo de 30 pacientes com câncer de cabeça e pescoço em tratamento radioterápico. Para os testes, foram mensurados os limiares de sensibilidade aos gostos básicos durante diferentes ciclos de radiação. "Os resultados demonstraram que a sensibilidade ao umami era mais pronunciada do que em relação aos outros quatro gostos", comenta Hellen.
Em outro estudo3, foram avaliados 52 pacientes submetidos à radiação durante nove semanas de tratamento. No período, tiveram sensibilidade ao umami até a terceira semana, ocorrendo uma queda na sequência e voltando a melhorar após a oitava semana. "Aqui, sugeriu-se que há sensibilidade, mas que ela é limitada em razão da duração e intensidade dos tratamentos", conta a consultora do Comitê Umami.
Já uma pesquisa4 feita pela equipe da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), com um grupo de 102 crianças entre seis e 15 anos, portadoras de LLA (Leucemia Linfoide Aguda) e LNH (Linfoma não-Hodgkin), detectou o gosto umami, a partir da segunda concentração das soluções oferecidas no teste em duas sessões das quais participaram. O estudo sugeriu que uma orientação alimentar adequada, com ingredientes que possuem umami, poderia colaborar com a melhora nutricional e qualidade de vida durante e após o tratamento.
Por fim, estudos realizados no Japão com grupo de idosos hospitalizados5, 6,7 e 8, também com alterações no paladar, que tiveram um significativo aumento na salivação quando estimulados com soluções de glutamato monossódico em comparação com soluções de ácido cítrico. Estes pacientes passaram a se alimentar melhor e tiveram evolução em seu estado nutricional.
"São necessários mais estudos para verificar a sensibilidade ao quinto gosto, bem como quais os mecanismos que promovem o aumento da salivação e aceitação de alimentos fontes de umami em crianças e adultos com diferentes tipos de câncer. Mas, pelos poucos estudos já publicados, é possível verificar que a diversidade do cardápio, bem como o estímulo constante das sensações gustativas, pode auxiliar os pacientes a não perder o paladar, o que é fundamental para a melhora do estado nutricional e da qualidade de vida durante e após o tratamento", sugere a Dra. Hellen Maluly.
Referências:
UMAMI
É o quinto gosto básico do paladar humano, descoberto em 1908 pelo cientista japonês Kikunae Ikeda. Foi reconhecido cientificamente no ano 2000, quando pesquisadores da Universidade de Miami constataram a existência de receptores específicos para este gosto nas papilas gustativas. O aminoácido ácido glutâmico e os nucleotídeos inosinato e guanilato são as principais substâncias umami. As duas principais características do umami são o aumento da salivação e a continuidade do gosto por alguns minutos após a ingestão do alimento. Para saber mais, acesse o site www.portalumami.com.br.